domingo, 3 de junho de 2012

"Queria ver madame aqui no meu lugar, eu ia ri de me acabar"♫...

DIREITOS DE TERCEIRA GERAÇÃO: A DEFESA DOS INTERESSES DIFUSOS E COLETIVOS. Complicado, isso(?) muito



Texto:

O Sindicato das Empregadas Domésticas do Rio de Janeiro entrou na Justiça com ação civil pública, por danos morais, contra a Rede Globo em função dos versos da música “Vida de Empreguete”.

Segundo Anastácia Oleari, presidente do SED-RJ, “o neologismo ‘empreguete’ aniquila a importância social de nosso trabalho ainda nos expõem a trocadilhos infames que arranham a imagem da mulher enquanto ser pensante no contexto de uma sociedade pós-estruturalista”.

Diversas domésticas acionaram o sindicato reclamando da rotina vazia que a música resume a vida das auxiliares de serviços domésticos. A doméstica Karla Teresinha Nogueira, 19 anos e moradora de Vigário Geral se revoltou com o verso “quando volto do serviço quero meu sofá”. Karla afirma que a rima ficou pobre e distante da realidade das domésticas cariocas. Segundo ela ficaria mais apropriado: “quando volto do serviço leio Neruda para relaxar”.

A doméstica Fernanda Falcão tem 23 anos e é moradora da comunidade de Engenho de Dentro. Trabalha com afazeres domésticos desde os 12 anos e hoje é mãe de duas filhas gêmeas de 10 anos. O foco de suas críticas estão mais focalizadas. Segundo Fernanda “o campo fonético do verbete ‘empreguete’ abre caminho para rimas pobres como ‘periguete’ e a designação vulgar do sexo oral. Que prefiro nem citar o nome…”

As domésticas pedem uma indenização de R$ 35 milhões ou a criação de uma nova letra para a música, desta vez composta por um pool de compositores indicados pela diretoria de cultura do sindicato. Os compositores relacionados pelo SED-RJ são Lenine, Marcelo Jeneci, Leandro Lehart, Vander Lee, Alexandre Pires, Michael Sullivan e Paulo Massadas.

Para Carmem Lucia Filgueiras, diretora cultural do sindicato “este pool de artistas representa o mosaico das identidades culturais brasileiras, e por isso teriam autoridade artística e moral para destilar poeticamente nossa rotina.

Fonte: http://www.globo.com/ (o site retirou a matéria, mas a fonte é verídica)

***

♪ Declarando guerra, já que para angariar inimigos, basta expor uma opinião.

Não sendo empregada doméstica, não posso avaliar como fiz com o seriado "As Cariocas" em post passado, mas, ainda  posso ter opinião sobre o tema e expressar-me, já que é garantia Constitucional. embora relativa

"As pessoas" lutam por uma, tal, "modernidade" e continuam mantendo certos "pudores" arcaicos que, para mim, parece algo contraditório. Respeito é bom. Mas no caso, parece que falam de suposições, já que não falaram do caso concreto e, apenas, afirmam que a palavra ‘empreguete’ abre caminho para rimas pobres como periguete e boquete -> que meu português é fluente, nível avançado / todo mundo entende 

Bem, agradar a gregos e troianos é impossível, sabemos. Não é por que eu me divirto com a música que todos têm de ter o mesmo gosto. Mas não vejo mal, não. Acho que valorizaram demais o lado negativo das coisas e estão sempre armados para tudo, expandindo e proliferando o entendimento de que tudo tem sempre uma conotação ruim, maldosa, infame...

Eu sou muito dada a brincadeiras, mas ando percebendo a necessidade de me conter - infelizmente - pois as pessoas não entendem e não são obrigadas e ter o mesmo senso de humor que o meu: o gosto por "piadas" ou a entende-las, especialmente, na escrita, aonde gestos, tom de voz e expressão facial são prejudicados.
Viver a vida com certa leveza e rindo é minha opção de vida - minha.

Ser empregada doméstica não é dos melhores empregos, um trabalho digno, porém ingrato, cansativo mesmo, e, "todos" lutam para deixar de ser e conquistar um emprego e um espaço melhor na sociedade. Faz a pesquisa

E mais, a música se refere e se reporta a todo momento ao enredo da novela. Cara, as empreguetes são as mocinhas da novela.

Mas tudo bem se as empregadas domésticas se sentiram ofendidas e estão demandando contra isso, elas estão exercendo os seus direitos - e eu, realmente,  não tenho como avaliar os estragos concretos que a música causou no psicológico da classe, vejo tanta coisa pior, só isso -  mas, como sempre, eu espero que os fatos sejam analisados e que a Justiça seja feita. Vamos aguardar o desenrolar dessa história. Vou acompanhar. 

Por fim..., assim...:

Achava que a Penha falar errado (até critiquei com Carol filha), como fala na novela, por ser pobre e fazer papel de empregada muito mais vexatório. Não precisava. Mas depois percebi, que os autores não deram estudo à Penha, não por ser pobre ou empregada especialmente, e, sim, por ter de trabalhar desde novinha, desde muito cedo, para cuidar e sustentar os irmãos menores - que, um se formou em Direito e a outra não tira o uniforme da rede pública de tanto que encena indo para escola. Não há preconceito, somente o retrato da nossa realidade, infelizmente. 

"Bem, viver numa sociedade hipócrita é tudo que eu acho mais legal"

3 comentários:

Van disse...

Mere, seu blog não aparece atualizado pra mim :-(

O lance das empreguetes é uma grande bobagem, ao meu ver! A intenção não foi ofender, pelo contrário, foi mostrar como essa classe é desvalorizada!!!

E as pessoas hoje, só pensam em processar e ganhar dinheiro dos outros... Sei lá...

Beijoooooooooos

meus instantes e momentos disse...

teu blog esta muito bom...
tenha um otimo final de semana.

Micha Descontrolada disse...

as pessoas não entendem nada ou só querem ganhar dinheiro com processo...a novela tá fofa!!!

e tem um trejeitos, umas falas, q a Ju tava até dizendo q não gosta pq exageram e tal, mas eu falei pra ela q é a realidade, dou aula em locais carentes e é assim mesmo, não é uma questão de certo ou errado, é cultural. As pessoas crescem com uns vícios de linguagem e tal.

Beijossssssss
┌──»ʍi૮ђα ツ